Apenas seres livres podem trilhar o Caminho Espiritual e encontrar a Verdade no fim desse caminho. Fim do caminho que não fica lá longe no horizonte, requerendo esforços incomensuráveis para ser alcançado, mas Aqui, neste instante que se faz presente no momento em que essa Verdade se revelar porque nos despimos das verdades dos outros. Ninguém que esteja acomodado a algo externo, sejam as palavras de um guru, de um livro, de uma ideologia ou religião, poderá alguma vez encontrar essa Verdade. Sem esse caminho individual, de quem intui, reflete e sente o mundo a partir do seu centro, verdade alguma poderá alguma vez ser alcançada.
Eu poderei estar de joelhos em veneração diante da escultura que o Mestre esculpiu, e aquela escultura ser a sua Verdade Inviolável e Perfeita. Mas se eu quiser chamar para mim aquela Verdade e fazê-la minha, o Mestre, se for um verdadeiro Mestre, desmotivar-me-á imediatamente de o fazer. Buscará então o martelo e o cinzel que usou para esculpir aquela obra, e dir-me-á: “Observa, Sente e Vive o mundo a partir do teu centro, usando estes instrumentos para criares a tua própria escultura, pois só esta será verdadeira”.
A Verdade não se encontra na aceitação passiva dos ventos sopradas pelo mundo, pois aí estaremos no domínio da crença, da superstição ou do dogma. Não se encontra na subjugação a um sistema, a uma regra, a um método, pois os instrumentos para a conhecer não estão nas ferramentas externas criadas a partir de verdades que nos são impostas, mas na experiência directa entre o mundo onde nos percebemos e a Realidade que Somos, a partir da qual iremos esculpir essa Verdade à imagem e semelhança do Som que nos habita. Uma Verdade que não se anuncia, que não se ensina, que não tem forma que possa ser delineada e medida pelas métricas dos outros, porque simplesmente É. Uma Verdade que é a expressão Viva desse Olhar que nos observa de dentro e que, através de nós, observa o mundo, só podendo ser reconhecida por nós quando abandonarmos os olhares externos aos quais nos acomodámos por medo, hipotecando a nossa liberdade.
Enquanto não tivermos a coragem de pegar nesses instrumentos que o Mestre nos deu, ou que a Vida nos disponibilizou das mais variadas formas, e através destes começarmos a esculpir a nossa própria obra, acabaremos por ficar estagnados nos múltiplos “certos” e “errados” do mundo, escravos das verdades alheias que, em nós, nunca serão verdadeiras.
E quando a escultura estiver pronta, perceberemos, numa profunda Alegria de quem finalmente compreendeu, que esse acto de esculpir a pedra nada mais foi que remover desta o seu excesso para revelar a obra que ali sempre esteve.
Paz Profunda
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Deixo alguns textos para reflexão.
--- PEDRO ELIAS ---
Na Senda do Discípulo:
https://www.pedroelias.org/artigos/reflexoes/na-senda-do-discipulo
Do Grupo ao Contexto Grupal:
https://www.pedroelias.org/artigos/reflexoes/do-grupo-ao-contexto-grupal
A Verdadeira Razão de Ser de uma Semente:
https://www.pedroelias.org/artigos/parabolas/a-verdadeira-razao-de-ser-de-uma-semente
Dos Múltiplos Caminhos Certos, ao Único Caminho Verdadeiro:
https://www.pedroelias.org/artigos/reflexoes/dos-multiplos-caminhos-certos-ao-unico-caminho-verdadeiro
--- GRAÇA MESTRE ---
Etapas do Despertar:
https://gracamestre.wixsite.com/gracamestre/post/etapas-do-despertar
Silêncio:
https://gracamestre.wixsite.com/gracamestre/post/sil%C3%AAncio
Despertar:
https://gracamestre.wixsite.com/gracamestre/post/despertar
Consciência:
https://gracamestre.wixsite.com/gracamestre/post/consci%C3%AAncia
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Mãe Divina - Reflexões Espirituais
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Texto Sintonizado após Darshan com Madre Meera
FICHA TÉCNICA
-- Texto --
Mãe Divina:
https://www.pedroelias.org/artigos/reflexoes/mae-divina
Este texto faz parte do Capítulo III do livro A Chave de Andrómeda
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-- Pintura --
Mother of the World, 1937 - Nicholas Roerich
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#MãeDivina #MãedoMundo #Shakti #PedroElias #DespertarEspiritual #NicholasRoerich #VozdoSilêncio #Verdade
Partilho convosco um trabalho da Graça Mestre que pegou nos textos das Reflexões Espirituais e transformou-os em vídeos narrados por si. O resultado é uma obra plena de coração.
Deixo-vos o seu canal... View More
Que possamos neste novo ano silenciar e permitir que a dimensão da Alma se faça cada vez mais presente na simplicidade da Vida. Que nos entreguemos aos momentos que a Vida nos traz, em alegria e gratidão, sem construir nenhum personagem como fuga a essa realidade, pois toda a construção da mente, mesmo que brilhando em néons de espiritualidade, é uma ilusão.
Que neste ano que se inicia paremos de buscar novos “calendários” e datas especiais, como se as respostas estivessem fora e não dentro, que paremos de nos iludir com teorias conspirativas que nos aprisionam em senzalas psíquicas de onde dificilmente conseguiremos sair, de tão bem urdidas que estas são pelas forças que delas se alimentam, que paremos com todas as desculpas e justificações que nada mais são que alibis da mente que nos retiram do momento presente, transferindo para os ombros dos outros as culpas das dores que transportamos, quando todas elas são apenas o reflexo das nossas próprias escolhas, para que, então sim, possamos olhar a Vida de frente, sem medo, sem culpa, sem fugirmos de nós próprios na encenação de uma espiritualidade que não pode ser construída, pois a única coisa que nos compete viver é o despertar pleno do Ser. E isso acontece aqui, neste instante que se faz presente, sem nenhuma história para contar, sem nenhum enredo ou segredo para desvelar, sem nenhum palco, encenação, espetáculo; apenas o respirar da Vida em nós na certeza, absoluta e inquestionável, que tudo está no seu ponto de realidade exacto.
Para este ano desejo-vos a Paz que desabrocha na simplicidade da vida quotidiana e na entrega incondicional à Vida, sem procurarmos o que quer que seja, para que então, nessa abertura que resulta do nada querer, a Alma se faça presente e tudo realize em nós e através de nós.
Quando isso acontecer a busca espiritual termina, a necessidade de ascender para outras dimensões torna-se uma brincadeira de criança; as tarefas, os desígnios, os propósitos, os portais que se abrem e se fecham, tornam-se meros jogos que nos mantiveram entretidos enquanto presos atrás das grades da nossa própria ignorância, mas que se revelam inúteis e vazios de significado quando as portas dessa prisão se abrirem e respirarmos pela primeira vez os aromas da Verdadeira Liberdade.
E só então é que poderemos dizer, finalmente, que Despertámos.
Paz Profunda,
Pedro Elias
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Imagem de capa: Vitruvian Woman
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"Para este ano desejo-vos a Paz que desabrocha na simplicidade da vida quotidiana e na entrega incondicional à Vida, sem procurarmos o que quer que seja, para que então, nessa abertura que resulta do nada querer, a Alma se faça presente e tudo realize em nós e através de nós." Obrigada pelos votos e... View More
MÚSICA:
Os dois álbuns de música que compus estão disponíveis para download gratuito.
COMO FAZER O DOWNLOAD?... View More
Música que faz dançar o coração!!! ✨🤩✨Em Gratidão e Alegria!!! ✨🕊️🕊️🕊️✨🎼✨💙💙💙✨
ERDENI MORI
Lendas mongóis e tibetanas dizem que em tempos antigos, de uma estrela distante, uma pedra maravilhosa - Chintamani no oriente, Santo Graal no ocidente - enviada para ajudar a humanidade,... View More
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Uma iniciação diante do Graal nos tempos da Atlântida
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A história aqui contada nasceu no Brasil em 2006, quando ali morei durante três anos na cidade do Rio de Janeiro. No gotejar da intuição... View More
Em Janeiro de 2014, o capítulo 3 do livro “Memórias de um Despertar”, que iria ser lançado apenas seis meses depois, a 10 de Junho, começou a ser distribuído, em jeito de separata, com o título “A Revolução que mudou Portugal e o Mundo” chegando aos poderes políticos, sociais e económicos do país, bem como à sociedade em geral.
Presidente da República, Governo, Assembleia da República, gabinetes e deputados europeus, Conselho Económico e Social, municípios, juntas de freguesia, sindicatos, partidos políticos, confederações, federações e uniões representativas dos vários sectores, jornalistas, universidades, politécnicos, centros de investigação, movimento associativo, entre muitos outros, foram convidados a conhecer a visão preconizada nesta obra que foi profusamente partilhada, chegando a milhares de pessoas.
Hoje, 10 de Junho de 2020, seis anos depois, lanço uma nova versão dessa separata, dividida em três actos, onde inclui os capítulos 5 e 7 desse mesmo livro, e com isso trazendo, para além da revolução política e económica abordada no terceiro capítulo, a revolução social e espiritual desenvolvida nos restantes.
Neste ensaio de ficção pretendi mostrar um futuro possível de Portugal à luz da sua missão ancestral, cantada, escrita e declamada por tantos do passado, através da visão desse Quinto Império ungido pelo Espírito Santo que através de muitos filósofos e poetas sempre foi anunciado como a tarefa última desta nação.
Desde Padre António Vieira que teorizou sobre aquilo que Bandarra já profetizava, passando por Fernando Pessoa que soube ver no mito o império civilizacional mais do que o material, e terminando em Agostinho da Silva com a sua visão de um mundo gratuito, onde as prisões estariam vazias porque os homens encontrariam em si a eterna criança, que nada mais é que o próprio Cristo, transformando-a no verdadeiro imperador, esta obra afirma-se como um prolongamento desse veio profético e messiânico.
Dando corpo ao sonho e voz à esperança, pretendi mostrar que é possível cumprir Portugal no seu desígnio maior, dissipando a névoa que turva o olhar e revelando, de forma concreta, prática, objectiva e pragmática um fazer possível que pode inspirar todos aqueles que, sendo parte integrante dessa Alma que nos conduziu pela história, deverão assumir o seu papel na consecução de todos os desígnios que nos foram confiados, fazendo com que este país se cumpra, cumprindo-se o mundo no despertar de uma Nova Terra e de um Novo Homem.
Paz Profunda,
Pedro Elias
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Em Gratidão e Alegria pela partilha!!! 😃✨☀️✨🎼✨🌖✨⭐✨🤩✨💛💛💛
As ideias estão aqui. A prática está somente a passos, que já vão sendo dados. Gratidão.
Muitas foram as vezes, certamente, que todos nós nos interrogámos sobre o significado da Vida. Afinal, para que existe um universo manifestado se fora deste habita a perfeição e a totalidade. Qual a razão da nossa essência profunda se projectar em Mónadas e Almas para descer aos mundos duais se, nestes mundos, não existe nada que possa adicionar ou subtrair o que quer que seja a essa mesma essência? Afinal para que serve toda esta experiência?
Num texto chamado “Ascensão” que escrevi há uns vinte anos atrás, tentei abordar este assunto colocando o foco na transubstanciação da matéria. Dizia: «Quando encarnámos neste Universo foi-nos passado para as mãos o barro em bruto e foi-nos dito: “Trabalhai-o com o Fogo do vosso Espírito”. Em etapas sucessivas dessa Encarnação Maior, esse barro foi sendo moldado, ganhando forma e brilho. Um dia, dentro do processo linear-temporal, o barro será transformado em Luz e em Luz será devolvido ao Pai.»
Creio que existe uma chave oculta neste barro que se transforma em Luz para ser devolvido ao Pai. E essa chave nós encontramo-la na Cruz. A igreja retrata esse momento afirmando que o sofrimento de Jesus na cruz lavou os pecados do mundo. Eu diria que está quase certo, mas encerra em si um equívoco. É que o sofrimento não tem poder alquímico, por ser meramente psicológico, e por isso a palavra sofrimento deveria ser substituída por dor.
Olhemos então com mais detalhe para este mistério.
Na parte final da encarnação de Jesus há dois momentos muito particulares de grande sofrimento para ele, os únicos em todo aquele processo. O primeiro foi quando Deus lhe apresentou o seu destino na Cruz e Jesus rejeitou esse destino dizendo: «Pai, tira de diante de mim este cálice». Ali ele sofreu por uns breves momentos por não aceitar a experiência que lhe estava a ser proposta. Mas logo depois anulou esse mesmo sofrimento, afirmando: «Mas seja feita a tua vontade e não a minha». O segundo momento de sofrimento foi quando, já na cruz, ele diz: «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?» Aqui, uma vez mais, ele deixou-se levar pelas dúvidas e o sofrimento fez-se presente, mas logo depois, tal como anteriormente, anulou esse sofrimento ao afirmar: «Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito». É esta aceitação integral da experiência que tem o poder de anular o sofrimento, e é na medida em que esse sofrimento é anulado que o processo alquímico pode ocorrer.
Tudo o que aconteceu fora destes dois momentos muito particulares, que estão ali para espelhar a própria condição humana de Jesus, que foi um com todos, foi vivido por este na mais extrema das dores, mas em aceitação plena e, por isso mesmo, sem uma única gota de sofrimento. E é a aceitação plena desta dor extrema que encerra em si o mistério da Alquimia Profunda que transforma o mundo no resgate do carma através da transubstanciação da matéria. A ressurreição de Jesus é, por isso mesmo, a expressão máxima desse mesmo resgate através da iluminação plena do Ego que é ofertado ao Pai através do seu corpo de Glória: o Corpo de Luz.
Podemos observar esse mesmo mistério na vida de Padre Pio, por exemplo, que durante cinquenta anos viveu a dor extrema dos seus estigmas em aceitação plena e com isso ajudou a aliviar muitos dos fardos do mundo, em particular aqueles decorrentes de uma Segunda Guerra Mundial despoletada por forças ocultas poderosas que tudo tentaram fazer para demovê-lo da sua tarefa.
Que possamos perceber que a dor é uma parte inerente à própria encarnação. Não temos como evitá-la dentro das suas múltiplas gradações e dimensões, sendo esta o resultado natural do atrito produzido pelo Fogo Fricativo que rege os mundos duais. Dor essa que não está apenas confinada às feridas do corpo físico, às angústias e apegos do corpo emocional, às questões existenciais do corpo mental, mas a todas as experiências vividas num mundo que está em evolução. No entanto, apesar de todas essas manifestações de dor, somos nós que decidimos se essa dor se transforma em sofrimento ou em alegria, em desespero ou em confiança, em solidão ou em união, nas lágrimas de quem se julga abandonado, ou na força desse Olhar de Fogo que se oculta por detrás dos contornos da máscara civilizacional. Somos nós que decidimos se aquela experiência que vivemos se perde no emaranhado da psicologia humana, e suas múltiplas construções artificiais, gerando o sofrimento como um resíduo ou se, pelo contrário, aceitamos, de forma plena, essa mesma experiência e, com isso, permitimos que esta seja ofertada pelo crescimento e amadurecimento do próprio Ego. Sim, porque é este Ego, que nos acompanha desde a primeira encarnação, que está em evolução, é este que precisa ser transubstanciado, é por este que aqui estamos ao serviço, ajudando-o na sua elevação até que o mesmo seja ofertado ao Pai em Luz e Glória. Se negamos as experiências que a vida nos apresenta como forma de lapidar esse mesmo Ego, bloqueamos todo o processo alquímico através da toxina que chamamos sofrimento.
Jesus na cruz revela-nos a Alquimia Profunda a acontecer na sua máxima voltagem, algo só possível de ser vivido pela afirmação profundamente sentida e totalmente vertical de um: «Seja feita a tua vontade e não a minha». Ou seja, algo só possível pela anulação do sofrimento através da entrega e da aceitação plena da experiência. Sem essa aceitação o que fica é esse mesmo sofrimento, e este contamina-nos, paralisa-nos, é mortífero no sentido de ter o poder de anular toda uma encarnação e o seu propósito.
Ao longo dos séculos, através de algumas religiões, habituámo-nos a olhar para o sofrimento como uma experiência nobre, como algo que encerrava em si mesmo uma certa elevação que dignificava o Homem. Pois, estávamos errados. O sofrimento não tem poder alquímico nem enobrece ou verticaliza ninguém. Pelo contrário, é o responsável pela miséria do mundo e pela penúria de vidas que se arrastam sem significado e sem propósito. O que realmente dignifica o Homem e o Verticaliza diante de Deus, é viver todas as experiências em aceitação e entrega total. E isto foi aquilo que as forças involutivas sempre combateram, como o fizeram de forma persistente ao longo de toda a vida de Padre Pio, porque é desta Alquimia Profunda que nasce a sua anulação.
Quando tentamos negar as experiências que a vida nos trás, seja pela dor provocada no viver quotidiano, ou pela ilusão de caminhos espirituais distorcidos, como todos aqueles que buscam a anulação do Ego através da subjugação total a um “mestre” encarnado que promete a libertação, acabamos sempre por abrir brechas para a acção dessas mesmas forças que tudo farão para nos manter fora do nosso propósito mais profundo. O despertar pleno do Ser é totalmente inútil se não levarmos connosco esse Barro transubstanciado em Luz. É isto que nos ensinam os verdadeiros Mestres, devolvendo-nos a responsabilidade pelo nosso próprio processo, sem nenhum tipo de dependência para com Eles, de forma a que possamos um dia alcançar o mesmo grau de mestria.
Termino este texto transformando a experiência que Jesus viveu na Cruz numa equação que encerra em si mesmo esse mistério da Vida. Que saibamos adaptar essa mesma equação à nossa vida pessoal, salvaguardando a devidas proporções, retirando o extremo da dor, o pleno da aceitação e o profundo da alquimia, pois estes processos estão apenas reservados a grandes Almas, e com isso nos possamos entregar às experiências que a vida nos traz sem rejeitá-las, aliviando, ou até mesmo anulando, o sofrimento que resulta sempre da não aceitação dessas mesmas experiências. Se o fizermos, passos importantes estaremos a dar nesse processo alquímico de lapidar o nosso Ego na subtilização crescente da sua própria substância até que este se possa fundir nas vestes do Corpo de Luz que ele próprio foi tecendo ao longo das encarnações com o melhor que colocou em cada experiência vivida e, através desse corpo, renascer das cinzas dessa Dor Ancestral, transfigurando-se em Hóstia Consagrada que será, finalmente, devolvida Àquele que Tudo Criou.
Paz Profunda,
Pedro Elias
https://www.pedroelias.org
Embora esteja a ser deveras doloroso, as suas palavras sempre me trazem alivio pela luz que trazem...fazendo-me enchergar um pouco mais...dando-me forças para tentar essa aceitação...eternamente grata, Pedro Elias!🙏💙
Lindo! Lindo! Lindo!
Tão isto!
Do princípio ao fim!!!!!
Gratidão profunda!
Aprendemos a olhar para o Ego como um inimigo. Muitas práticas espirituais colocam-no como o alvo a ser abatido, a razão que nos impede de evoluir, o obstáculo entre nós e o Divino. Mas na verdade se não fosse pelo Ego não teríamos sequer como estar encarnados a viver esta experiência que é profundamente sagrada. Talvez os anjos e arcanjos por cá pudessem andar, mas esses não sentem o mundo nem têm como o alquimizar, e por isso são inúteis sem a existência dos mundos duais e suas múltiplas humanidades.
O Ego é o fio condutor que liga todas as nossas encarnações. É o elo que nos une a todas as experiências vividas no passado como argamassa necessária à construção do Templo dentro do qual um dia a Alma brilhará. É a base a partir da qual toda a nossa encarnação é estruturada, pois sem um Ego não haveria sequer experiência na matéria, e essa é a razão da queda do Homem sem a qual não teríamos como fazer a síntese do Céu com a Terra e permitir que o planeta ascendesse a dimensões superiores.
O processo, por isso mesmo, não é desfazermo-nos do Ego, mas transformar a pedra bruta em cristal para que quando a Alma se apresentar e começar a viver através desse Ego, este se possa tornar translucido e permitir que a luz dessa Alma brilhe de forma integral e plena até que a Mónada, no seu tempo certo, possa desfazer as paredes do Templo e ser apenas ela própria a única realidade operante, ofertando esse Ego como hóstia consagrada. Até porque, se por artes mágicas, nós conseguíssemos desfazer do Ego, ainda distantes dos nossos núcleos mais internos, garanto-vos, que no dia seguinte acordaríamos no hospício mais próximo totalmente incapazes de operar no mundo.
O Ego é uma das expressões mais genuínas da vida material, e ao contrário da ideia profundamente enraizada de que o Ego é mentiroso, manipulador, que engana para tirar vantagens, na realidade, é o oposto. O Ego é sempre verdadeiro, directo, cru, não mente, não engana, nem manipula… ele expressa sem pudor, sem vergonha, sem medo, todo o seu egoísmo, toda a sua vaidade, toda a sua arrogância e tantos outros traços, enquanto ainda nas suas fases mais primárias, e é exatamente por isso que todos nós acabamos por tentar abafá-lo, escondê-lo, ocultar esses mesmos traços mais rudes que nos envergonham aos olhos dos outros, como se eles estivessem lá como um equivoco do Cosmos, e não como o processo natural da evolução do mundo na sua transformação crescente rumo à transcendência. E é aqui, quando negamos esse Ego e o tentamos excluir da equação, que caímos na armadilha de construir uma persona em volta desse Ego. E é neste ponto que nos perdemos de nós próprios.
A persona, muitas vezes confundida com o próprio Ego, é um personagem criado por nós para ocultar esse mesmo Ego, para camuflar aqueles aspectos mais rudes que não podem ser ignorados, mas que tantas vezes tentamos esconder de nós próprios e dos outros na ilusão de que estes deixaram de existir. Pois não deixaram. Estão lá todos reprimidos por debaixo do tapete. E enquanto lá estiverem, o processo evolutivo está estagnado. E é esta persona, ela sim, ao contrário do Ego, que é mentirosa, manipuladora, perigosa, astuta, interesseira e tudo fará para manter a farsa. É uma máscara que colocamos sobre o nosso verdadeiro rosto enquanto operadores dentro da dualidade, rosto esse que não é o da Alma, e muito menos o da Mónada, porque esses núcleos não têm rosto, porque não são "Pessoa", não têm nome, porque identificam-se pela função que representam, não têm morada, porque estão unidos com a Totalidade, mas o Ego sim, tem um rosto, tem um nome de entre muitos nomes, tem uma morada de entre muitas moradas, é feito do barro do mundo e do pó dos ciclos, e por isso elemento essencial dentro da alquimia do mundo.
Assim sendo, remover as máscaras para regressar ao nosso verdadeiro rosto, como escrevi num outro texto chamado “Soltando as Máscaras”, não é regressar à Alma, mas sim ao Ego, e assumir de uma vez por todas as rugas do seu rosto, sem vergonha, porque cada uma delas está ali como resultado das experiência feitas neste mundo ao longo das encarnações, e por isso, em cada uma delas, existe uma história profundamente sagrada a ser revelada, uma experiência única, irrepetível, que apesar da dor, traz-nos como resultado a Consagração deste Mundo.
Que possamos despir os personagens que construímos por vergonha do nosso Ego, e permitamos que este se expresse em liberdade tal como uma criança, sempre sobre a vigilância atenta da nossa Consciência, porque é essa Consciência, quando se mescla com o mundo, que dá significado à Vida, permitindo que esse mesmo Ego se transforme de pedra bruta em cristal translúcido. Quanto mais observamos o Ego sem o reprimir ou ocultar, aceitando-o pelo que ele é, mais este se vai preenchendo de Alma, transubstanciando as suas formas mais rudes em outras mais luminosas.
E quando observarmos esse Ego a expressar-se em total liberdade através dos outros que, ignorantes da sua presença, têm o dom de não construírem nenhuma persona, nem colocarem nenhuma máscara, que louvemos aquela experiência, pois o que ali acontece é verdadeiro e sagrado, é genuíno e puro. No seu devido tempo aquela pedra tornar-se-á mais translucida, mais redonda, mais suave, mas enquanto esse momento não chega, louvemos a experiência que ali está a acontecer em profunda reverência.
No fim, aquele que sempre foi odiado como o vilão da história, acabará por se tornar o verdadeiro herói, o Cálice Sagrado sobre o qual o vinho do Espírito um dia será vertido e sem o qual a experiência que Deus reservou para este plano dimensional não teria como acontecer.
Que saibamos, pois, acarinhá-lo na sua rudeza, inspirá-lo na sua ignorância, apaziguá-lo nas suas tormentas, e com isso ajudá-lo no lapidar das suas arestas enquanto este se expressa livremente sobre a orientação serena e compassiva da nossa Consciência. Que sejamos como Krishna, o cocheiro de Arjuna que conduz os seus três cavalos (a personalidade) enquanto Arjuna (o Ego) se ocupa da batalha com Karna (a sua própria sombra), consagrando-se como herói depois da vitória.
E então, quando a raiva se transformar em Compaixão, a vaidade em Serviço, a arrogância em Humildade, o ciúme em Amor Profundo, a agitação em Simplicidade, então, aquela pedra tão odiada, poderá finalmente brilhar em glória ao Supremo Ser porque tivemos a coragem de a olhar nos olhos em aceitação plena, sem lutar contra ela, sem reprimi-la, permitindo que esta pudesse chorar todas as suas dores no nosso colo e regatar o passado numa cura profunda. Cura essa que só pode acontecer quando despirmos todos os personagens e olharmos no espelho aquele único rosto que nos acompanha desde o princípio, um rosto cansado e sofrido, percebendo as chagas que a Vida foi deixando na sua pele enrugada e, através destas, a alquimia profunda que, de forma silenciosa, e longe dos nossos olhares, foi-nos transformando a nós e ao mundo.
Sim, porque ao contrário do que possamos pensar, quem expressa a Humildade, a Simplicidade, a Compaixão e o Amor, é o próprio Ego depois de devidamente transformado, e não a nossa Consciência profunda, pois esta é neutra e não assume cor alguma.
Quando aqui chegámos, enquanto Espírito, o Pai colocou nas nossas mãos uma pedra em bruto e disse: «Ofereço-te o que de mais sagrado tenho. Transforma-a no mais perfeito dos cristais.» Essa pedra é o nosso Ego que um dia brilhará em Glória como Cálice Sagrado dentro do qual despertará o Espírito Santificado pela presença do Filho, como um Deus que acorda dentro da sua criação, olhando-a de baixo para cima. E só então a nossa tarefa mais profunda estará concluída.
Paz Profunda,
Pedro Elias
https://www.pedroelias.org/
Verdade. Parece que se confunde muito o Ego com o Egoísmo do tipo narcísico.
oi, excelente o seu texto! Na verdade, o Ego no seu texto, é sinônimo do nosso lado racional/razão e matéria/fisicalidade. A matéria é tão importante quanto o espírito, e isso fica bem claro/esclarecido no seu texto! O holismo esquizofrênico é assim como você escreveu: enxerga tudo aquilo que se ref... View More
Soltando a Dor - Reflexões Espirituais
"(...) o nosso verdadeiro resgate acontecerá quando do pó dos ciclos essa dor antiga se elevar, louvando aquele olhar que a aceitou, que chorou a seu lado e que, num último abraço, a soltou,
Certa vez um peregrino chegou numa aldeia perdida num vale cercado por altas montanhas. Ao caminhar pela encosta de uma colina, observou algumas pedras no seu caminho e percebeu, de uma forma difícil de explicar, que tinha que pegar em cada uma daquelas pedras e levá-las até ao topo da colina. E assim foi. Todos os dias ele procurava por pedras, muitas delas encobertas pela vegetação, e levava-as para o alto da colina onde as juntava num mesmo lugar. Era uma tarefa penosa, difícil pelo cansaço, mas ele em momento algum duvidou daquilo que a Vida lhe pedia, entregando-se integralmente àquela tarefa.
As pessoas da aldeia acercavam-se dele curiosas: «O que andava aquele homem ali a fazer e porque levava ele aquelas pedras colina acima?» Uns tentavam convencê-lo a deixar as pedras e ir trabalhar para eles, fazendo algo de mais produtivo, assim pensavam. Outros tentavam que parasse com aquela tarefa pela sua saúde. Outros ainda queriam expulsá-lo da aldeia por considerarem-no louco e perigoso. Todos tinham uma opinião, um julgamento, algo a dizer sobre aquilo que ele fazia. Até que o homem se cansou e começou a afastar as pessoas atirando-lhes pequenas pedras para que o deixassem em paz. Só queria cumprir a sua tarefa sem ter que levar com as opiniões alheias, todas elas limitadas pela visão estreita de quem só sabe do mundo aquilo que o mundo permite que saibam.
Certo dia um espiritualista aproximou-se afavelmente e sentou-se a seu lado enquanto ele descansava. Tinha a missão de o salvar e colocá-lo de volta nos trilhos do seu destino.
- Estás a desperdiçar os teus dons com estas pedras, meu irmão. Podias estar a fazer coisas de maior utilidade para as pessoas e para Deus. A tua Alma tem um propósito e não estás a cumpri-lo, desviando-te do teu caminho. Não permitas que a tua encarnação se perca na inutilidade da tarefa que estás a realizar.
O peregrino nada disse, levantando-se e indo buscar a pedra seguinte. Até mesmo o espiritualista não conseguiu perceber a sacralidade daquele momento, o fluxo que a Vida manifestava através dele, mesmo que ele próprio, o nosso peregrino, nada soubesse das razões por detrás de tal manifestação.
E o tempo passou no desgaste natural de quem aos poucos começou também a duvidar do que fazia. Estariam as pessoas certas? Estaria ele equivocado? Teria sido tudo aquilo um desperdício de tempo? O seu deserto interno assolava-o e os julgamentos da sua mente eram ainda mais afiados que os dos aldeões. Mas apesar de tudo, ele persistiu. Mesmo que essa mente lhe mostrasse caminhos mais confortáveis e prazerosos, o nosso peregrino manteve-se firme na sua entrega àquela tarefa que ele mesmo não compreendia, e mais uma pedra e outra ainda, foram sendo arrumadas no monte que se erguia agora por vários metros de altura.
Os aldeões consideraram-no um caso perdido e deixaram de o visitar. Mas alguém ficou. Uma jovem aparecia todos os dias e ficava a olhá-lo à distância num profundo respeito sem tentar demovê-lo da tarefa que realizava. Não o confrontava com os certos e errados do mundo, respeitando de forma integral a sacralidade daquilo que ali acontecia. E embora também ela não compreendesse as razões por detrás de tal tarefa, aceitou-as sem julgar, mantendo-se presente e disponível sempre que ele necessitasse. E assim foi. Quando ele caia por terra cansado do esforço, ela aproximava-se com uma vasilha de água e saciava a sua sede. Quando ele sucumbia ao cansaço ou se feria, lá estava ela para limpar as suas feridas. Nunca o interpolou sobre as razões que o levaram a fazer o que fazia, nem o julgou pelas suas opções, apenas se manteve presente para servi-lo naquilo que ele necessitasse.
E um dia as pedras acabaram e aquele ciclo se encerrou por si mesmo. A tarefa estava concluída e o peregrino partiu para a tarefa seguinte sem procurar compreender as razões daquela que terminava.
Anos depois, quando já se encontrava numa nova tarefa, percebeu que a leveza com que realizava essa tarefa só tinha sido possível porque os seus músculos eram agora robustos, permitindo que ele trabalhasse sem esforço. E a robustez desses músculos ele a conseguira ao levar colina acima cada pedra que encontrou naquele vale. E ali estava uma das razões da tarefa anterior, mas não a única…
A jovem da aldeia ia todos os dias até ao monte de pedras que o peregrino criara e ali ficava em contemplação. Mas num desses dias algo de diferente aconteceu. Quando chegou, um outro peregrino desmontava o monte para construir um templo com aquelas pedras. Pedras essas que ele não teria visto se estas estivessem dispersas pela vegetação longe do seu olhar. E a jovem sorriu, e o seu coração ficou pleno de amor pela Revelação, arregaçando as mangas e juntando-se àquele peregrino na construção do templo. E pela sua entrega e dedicação, toda aldeia se juntou a eles e no alto daquela colina foi construído o mais luminoso dos templos.
O peregrino das pedras nunca soube do destino que foi dado a estas, mas da sua entrega, dedicação e persistência, a obra de Deus pôde ser concretizada, apesar da ignorância dos homens em compreendê-la.
Paz Profunda,
Pedro Elias
https://www.pedroelias.org
Sabe-se que alguém disse que todas as pedras encontradas no caminho seriam guardadas para construir... Esta história parece quase um mito de Sísifo, porém tem leveza e fim construtivo à vista. Melhor, ela pode bem ilustrar a vida do ser humano, o seu trabalho, o que vai construindo, muitas vezes se... View More
Belíssimo o seu feedback, Sandra. A propósito, o que é o mito de Sísifo?
Cláudio Schmitt Grata Cláudio. Boa pergunta, adequada a todos os tempos! O Mito li-o há muitos anos num livro de Albert Camus. Encontra uma boa explicação na Wikipédia.
Excelente reflexão, amigo!!! Sabe que ao ler essa sua belíssima reflexão, eu me vi literalmente no lugar do peregrino... Passei por uma experiência muito similar a dele entre os anos de 2012 (início do meu processo de despertar espiritual) a 2015, quando, em conjunto com o meu despertar espiritual e... View More
A partir de hoje os dois álbuns de música que compus estão disponíveis para download gratuito. Só terão que seguir estes links:
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Landscapes from Within... View More
Bem haja pela partilha... São composições que nos tocam profundamente !!!
Novo Website - Blog - Português e Inglês
Lancei recentemente um novo website para disponibilizar todos os textos das reflexões de forma individual. Espaço este que servirá também para colocar todos o... View More
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No Silêncio Eu Sou - Reflexões Espirituais
"No Silêncio reencontro o Som que sempre soou sem que eu o ouvisse; aquele que ecoa dentro do útero da minha Alma como a voz da eternidade debruçada sobre o tempo(...)"
-- do livro Reflex
Movimentos/Iniciativas