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Pedro Elias
on 20 August, 2022
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Excerto do Capítulo IV - Iberah - do livro "A Chave de Andrómeda"
— A energia de Iberah é uma energia que tem um grande potencial criativo que, mal usado, pode resultar em comportamentos aberrantes, degenerativos ou até mesmo promíscuos. É por isso que este é um dos centros mais ocultos, daqueles que se conhecem hoje. A humanidade ainda não está preparada para compreender o verdadeiro poder de Iberah. Várias são as histórias que se contam de pessoas que aqui chegaram motivadas apenas pela curiosidade e que, ao tentarem navegar por estas águas, foram impedidas de continuar por plantas aquáticas. Existem até relatos do desaparecimento de aviões sobre a lagoa, como acontece no Triângulo das Bermudas. Os seres de Iberah tudo fazem para afastar os curiosos pois, ao tentarem aproximar-se desse centro, motivados apenas pela curiosidade e não por uma ampliação de consciência genuína, se arriscam a mergulhar nos infernos psíquicos de quem tenta manejar forças que não compreende.
— E o que me podes dizer sobre esse centro?
A sua expressão ficou reflexiva e mais séria.
— Iberah é um dos centros mais antigos do planeta e o mais oculto, juntamente com Lys. Ali está a grande caldeira alquímica do planeta que funde e divide os dois polos: a Essência, conhecida como a Pedra Filosofal pelos Alquimistas de todos os tempos e a Substância, o Arguento-vivo, na qual esta se deverá expressar. Foi o centro regente durante o período Lemuriano e aquele a partir do qual foi plasmado o Templo de Ibez que chegou a ser uma cidade sagrada, na superfície do planeta, nesses tempos primordiais da humanidade. São muito poucos aqueles que conseguiram lidar com a energia de Iberah e os que se aproximaram da sua essência, como muitos alquimistas do passado, ficaram apenas pelos aspectos mais superficiais dessa energia. Devido à sua potência, teve que permanecer distante dos Homens e assim continua, até hoje. Sem a energia de Iberah não seria possível a manifestação na Terra do plano Divino, pois é esse centro que trabalha com a matriz primordial da substância a partir da qual todas as formas são criadas. É um centro ligado com o Sétimo Raio, sendo o oposto complementar do centro de Miz Tli Tlan que manifesta o Primeiro Raio. Nesta polarização está a sustentação de tudo aquilo que o planeta irá viver nos próximos anos, para que o Pilar Vertical de ligação do Céu com a Terra possa ser activado e manifestado.
Ficaram em silêncio, com o barco parado na lagoa, onde a água se tornara um espelho perfeito, reflectindo as poucas nuvens do céu. Da sua bolsa, Isabel retirou o livro do qual não se separava, anotando no esquema o centro de Iberah junto do Sétimo Raio e o centro de Miz Tli Tlan junto do Primeiro, e depois trançando uma linha a ligar os dois.
Olhou depois para Joana.
— Existe uma cruz planetária formada pelos centros de Shambhala, Lys, Iberah e Miz Tli Tlan. O que me podes dizer sobre essa cruz?
— Essa cruz é formada pelos centros regentes do planeta. Iberah foi o centro regente durante o primeiro período Lemuriano, Shambhala foi o centro regente do segundo período Lemuriano e de todo o período Atlante. Miz Tli Tlan é o centro regente da actualidade e do Sexto Ciclo que se avizinha e Lys será o centro regente do Sétimo Ciclo planetário, o último. Iberah do lado direito da haste horizontal e Miz Tli Tlan do lado esquerdo, são os sustentadores polares de toda a Vida Planetária. Lys na base da haste vertical e Shambhala no topo dessa haste são os emissores e receptores da Vida Cósmica. Esta haste vertical é o verdadeiro fio Céu-Terra e será por ela que o Cristo, ou Maitreya, encarnará toda a substância do planeta para que este possa ascender para uma dimensão superior.
O silêncio instalou-se novamente e assim ficaram. Nem uma brisa se fazia sentir, nem um som da natureza, apenas aquele silêncio como se o Espírito descesse sobre a matéria, fundindo-se numa única realidade. E na presença desse Silêncio apenas a voz de Iberah se fez ouvir:
«Muitos de vós julgais que a substância é algo a ser transcendido, algo impuro que temos que soltar. Não poderiam estar mais equivocados. A substância é o vaso sagrado na qual a presença de Deus se manifesta, o espaço que acolherá o Divino quando este acordar, através dos vossos olhos, para a obra criada. Antes que possam aspirar ao Despertar Espiritual, têm primeiro que passar pelo Despertar Material. Julgam, porventura, que os cinco sentidos que vos foram disponibilizados são um equívoco cósmico? Então porque tentam negar ou superar aquilo que foi desenhado para permitir que possam acordar para a Vida? Enquanto não aprenderem e permitirem que esses sentidos dialoguem de forma plena com a Vida, assimilando através da experiência directa a sabedoria que nesta está contida, nunca poderão alcançar os patamares superiores da existência. Todos aqueles que vos dizem que os sentidos não devem ser estimulados, estão na verdade a manter-vos entorpecidos e anestesiados dentro de uma campânula hipnótica, impedindo-vos de dançarem com o ritmo que a Vida vos propõe e que é o único que permitirá que deixem o sono secular e se transformem em seres Despertos. Pois nós dizemos o contrário. Permitam que o vosso olhar se deleite com as paisagens deste mundo. Deixem que as texturas se expressem através do toque como uma sinfonia que a vida vos trás e onde esse diálogo entre a consciência e a substância pode acontecer em total liberdade. Deliciem-se com os sabores e permitam que estes ganhem cores e aromas. Naveguem com os sons até ao altar da vossa Alma. Integrem a Vida através de todos os sentidos, permitindo que esta desperte diante de vós e fundam-se com a sua Luz. Só então o vaso estará pronto para acolher a Presença do Espírito e vós podereis, finalmente, Despertar.»
O livro "A Chave de Andrómeda" de Pedro Elias foi editado em 2011 e está disponível para download gratuito no site do autor: www.pedroelias.org
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