A ARTE E A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL - PARTE 3Depois de ter questionado na primeira parte se obras criadas por uma I.A poderiam ser consideradas arte, e se estaríamos a entrar num novo paradigma em que a arte sairia das mãos do artífice para passar para as mãos do contador de histórias, e depois de ter percorrido também algumas teorias da arte na segunda parte e percebido que na teoria formalista a I.A seria considerada arte por provocar emoções estéticas em quem observa, avancei nessa mesma segunda parte com uma outra teoria a que chamei arte como Função Espelho. Ou seja, arte seria tudo aquilo que consegue remeter o observador para si mesmo, numa introspeção que leve a uma reflexão e a um mergulho para dentro de si. Conclui que essa função espelho só pode ser impressa na obra se existir um coração presente, ou seja, se existir Alma. E assim se uma obra é criada a 100% por uma I.A esta não poderia ser considerada arte à luz dessa teoria por não existir um coração presente.Contudo não fiquei satisfeito com as conclusões e uma nova reflexão surgiu logo depois. Seria possível usar a I.A como um instrumento de trabalho, da mesma forma que o pintor usa o pincel, o escultor o cinzel e um designer um software específico? Seria possível impregnar uma obra criada por uma I.A com alma se o artista estiver no comanda dessa criação a conduzir a I.A para onde ele quer sem a deixar à solta? Foi esse exercício que propus a mim mesmo ao compor 21 obras numa coleção a que chamei “Treasure of the World".As imagens dos dois primeiros posts foram criadas a 100% pela I.A e por isso, embora sejam esteticamente impactantes, sinto-as frias, sem alma, sem vida. As imagens desta coleção também foram criadas pela I.A, mas fui eu que direcionei essa I.A nos resultados que pretendia alcançar. Em vez de me limitar a escrever uma frase e deixar a I.A decidir o que fazer com ela, resolvi conduzi-la no resultado que pretendia e por isso, para além da frase, foram introduzidos os elementos que queria ver na composição, as expressões, as poses, a cor, o enquadramento e o próprio estilo da pintura. Foi um exercício de tentativa e erro, e muitos resultados foram abandonados por não traduzirem aquilo que pretendia. A obra final não é 100% I.A, contudo, já que existe também um trabalho de pós-produção feito em Photoshop para eliminar imperfeições e remover/adicionar elementos.A questão final de toda esta reflexão é saber se ao usar a I.A como instrumento de trabalho, se é possível impregnar a obra com a Função Espelho que devolve para quem vê uma reflexão que vá para além de uma simples reação estética. E esse é o desafio que vos deixo. Comparar as imagens dos dois primeiros posts com aquelas criadas para esta coleção e dizerem-me se estas trazem algo mais que não encontraram nas outras, ou se continuam a ser obras fortes esteticamente, mas vazia de alma.Podem ver a obra completa no meu Instagram que irei usar apenas para este tipo de trabalhos.https://www.instagram.com/pedroelias_org/Podem também encontrar os NFTs de cada um dos quadros aqui:https://foundation.app/collection/treasure-of-the-world?sortOrder=MINT_DATE_DESCPaz Profunda
In Album: Pedro Elias's Timeline Photos
Dimension:
1500 x 1409
File Size:
254.55 Kb
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