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Retiros e Espiritualidade
Este projecto é simplesmente a manifestação exterior da nossa viagem interior. A intenção não é ensinarmos sobre autoconsciência ou fornecer informações para a mente, mas sim inspirarmo-nos a descobrir directamente a nossa natureza real, a nossa essência. A procura de referências e as actividades em si não são o problema, mas sim pensar que encontramos a resposta nalguma forma externa. Autoconsciência e a sua expansão é mais importante agora do que jamais alguma vez foi.
Vivemos no medo consciente ou inconsciente de que a estrutura limitada do ser com que nos identificamos irá morrer. Quando experimentamos directamente a verdade de quem realmente somos, deixa de haver medo, quer seja da vida, quer seja da morte.
A Astrologia, que tem o propósito de responder às eternas questões: de onde vimos, quem somos e para onde vamos, assim como a Ayurveda, a Yôga e a espiritualidade não devem ser vistas apenas como mais uma agitação da mente. Não é sobre alcançar ou acrescentar alguma coisa para nós mesmos, mas sim, aprender a morrer antes de morrermos, numa continuidade inseparável de ser e não ser, sem começo nem fim.
A construção do nosso ego não é mais que um incessante impulso de repetição do desejo biológico de querermos vir um dia a ser algo que nunca seremos. Quando a nossa consciência se identifica com essa construção do ego ficamos presos ao condicionamento social, a uma subjugação passiva de uma matriz não reveladora da nossa verdadeira essência.
Há um outro mundo para além da mente dualista do pensamento excessivo, um mundo de luz para o qual o comum dos mortais não está desperto, é o caminho para um novo paradigma do ser, para o qual é necessário uma grande dose de coragem, esforço, preparação e tempo, de modo a explorar o novo, bem como a largar o velho – aquele que já não serve o propósito de vida.
O ego e as suas máscaras, e os padrões repetitivos que nos limitam, são estruturas biológicas condicionadas, e é possível libertar-nos dessa(s) vida(s) que foi/foram herdada(s) do passado para vivermos o aqui e agora através do nosso mundo interior, através da nossa autoconsciência. É o despertar do sonho da personagem no jogo da vida. Uma vez despertos, a consciência brilha através da máscara, através da personalidade, sem no entanto nos identificarmos com a mesma. Mas, despertar não se trata de nos livrarmos da mente ou da realidade da matriz, pelo contrário, é aceitar e compreender que, quando não nos identificarmos mais com elas, então teremos a possibilidade de experimentar o jogo da vida plenamente em liberdade, sem desejos ou medos, sem prisões.
O caminho para a autoconsciência envolve meditarmos, observarmos e reconhecermos o eu condicionado, padronizado – aquele que muda, e realizar a nossa verdadeira essência – aquela que não muda. A partir do momentum em que realizamos o autêntico eu, nada no exterior precisa ser mudado, o que se transmuta é a energia interior consciente que é liberta dos padrões condicionados e que se torna disponível para ser direccionada pela alma.
Só conseguiremos tornar-nos conscientes do propósito da alma quando formos capazes de observar o eu condicionado e as suas máscaras, e deixá-las cair, deixando morrer esse velho ego, o qual já não serve o propósito da alma.