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VISIONS OF THE FUTURE - NFT Collection
Esta colecção será lançada no dia 23 de Março - 12:30h, no momento exacto em que Plutão entrará em Aquário. Que melhor forma de celebrar este evento do que most... View More
Visions of the Future
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Images and Message by Pedro Elias
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Na trilha do discípulo, quando este busca o encontro consigo mesmo e depois com o cosmos, várias são as fases nesse caminhar. Depois do despertar para a sua condição de Ser Espiritual, depois do levantar dos primeiros véus que lhe revelam uma realidade para além do jogo tridimensional, o discípulo – aquele que aspira a se tornar um Servidor – deixa os grupos gregários do mundo e parte na busca de outros caminhos mais de acordo com a sua nova condição.
Nessa busca ele encontra outros grupos, grupos de natureza espiritual, e aqui começa a sua saga, onde ele terá que aprender a quebrar os primeiros espelhos daquele que desperta para a sua verdadeira realidade, compreendendo que esses grupos, supostamente evolutivos e capazes de satisfazer as suas novas necessidades, são igualmente gregários, condicionadores da sua própria evolução, capazes, por isso mesmo, de o estagnar na caminhada por ele empreendida.
Quando o discípulo toma consciência que a travessia desse deserto interno é solitária, quando percebe que o grupo ao qual se vinculou não poderá ajudá-lo nessa caminhada, é que ele se tornará verdadeiramente um discípulo aceite pelo Mestre, pronto para encontrar a sua própria natureza e nesta a expressão da sua condição de Servidor. Vendo-se sozinho no deserto, ele terá que se bastar a si mesmo na fé de quem sabe que outras mãos, mais sábias e cientes, conduzem o seu processo.
Aqui começa a transição do grupo para o contexto grupal, da unidade gregária para a unidade consciente, da ligação a uma estrutura física e ao seu líder, para a ligação com o Mestre Interno que sempre estará presente em todo o seu percurso.
Mas afinal qual é a diferença entre um grupo e um contexto grupal?
No grupo - e neste caso falo de grupos espirituais - nós temos um centro, alguém que assumiu para si a responsabilidade de atrair aqueles que irão dar expressão a esse mesmo grupo; um guru ou mentor que, com a sua radiação, alimenta aqueles que estão em torno de si. Este é um sistema velho. O centro alimenta o círculo que está em torno que por sua vez usa esse alimento para manter a própria estrutura criada, fechando-se sobre si mesmo. No plano astral forma-se, então, uma egrégora que, pelo poder investido por aqueles que a alimentam, acaba por se tornar consciente e actuante, escravizando o grupo e o seu líder sobre o poder da sua vontade, enquanto se alimenta, como um parasita, da devoção dos elementos desse mesmo grupo.
No grupo o apego está sempre presente, pois os seres que estão no círculo em torno do centro, juntaram-se em função do próprio grupo que eles alimentam e sustentam, recebendo em troca a radiação que a egrégora imite através do líder desse grupo. Essa egrégora fá-lo não por um acto de serviço, mas porque ao alimentar com a sua radiação os membros desse grupo, recebe em troca a devoção desses membros que alimentará e sustentará a sua própria condição. É um sistema não muito diferente do agricultor que alimenta as suas galinhas, não pela evolução destas, mas para receber em troca os ovos que o irão nutrir. É assim que uma egrégora funciona.
Neste sistema, onde uma egrégora foi plasmada pela vontade de um líder e pela devoção dos seus integrantes, todos acabam por se tornar escravos dessa mesma egrégora, incluindo o próprio líder, pois, sem esta, não têm o alimento do qual estão dependentes. Nesse processo não há evolução mas a estagnação de todos em torno de uma nutrição que não é espiritual, mas que da qual estão dependentes para continuar a sustentar uma ideia errada sobre o que é evolução espiritual e serviço. Sem esse “alimento astral” sentir-se-iam perdidos, pois nenhum contacto interno foi realizado e, por isso mesmo, não há como buscar a nutrição real dentro de si mesmo.
Um contexto grupal é algo completamente diferente. Aqui não existe um centro - embora possam existir seres com papéis de liderança, não porque estejam no centro desse contexto, mas porque essa é a sua função, igual à função de qualquer outro ser que se encontre vinculado a esse contexto - nem uma ideia pré-concebida de como agir e actuar no plano material, a partir da qual se pudesse estruturar um grupo. Todos estão no círculo em torno do centro, pisando o mesmo chão. Centro esse que é o próprio contexto e não um ser ou um sistema. São todos auto-suficientes, pois já realizaram em si a travessia do deserto, encontrando neste a “fonte da juventude” que nada mais é que o contacto com os Planos Internos do Ser.
Estes seres não estão dependes de ninguém nem de nenhuma situação específica. Juntam-se em função desse contexto e logo que este se cumpra partem para o contexto seguinte sem apego algum que os prenda às estruturas criadas. São seres que teriam por si só uma caminhada solitária se nenhum contexto se apresentasse. A egrégora não tem, por isso mesmo, como se formar num contexto grupal, pois não existe alimento que a possa sustentar. Ninguém se encontra nesse contexto para receber o que quer que seja; todos imitem, todos irradiam, todos estão em função de uma propósito mais alto e não em função do grupo ou do líder desse grupo.
Um grupo escraviza o ser, sendo sustentado pela egrégora que no fim acabará por dominar a todos. Aqui apenas existe estagnação, inércia, apego... nada de verdadeiramente evolutivo pode nascer de uma estrutura como esta. No fim acabará por se tornar sectária e contrária ao propósito Divino.
No contexto grupal não existem amarras nem apegos. O ser está em função desse contexto que é um prolongamento da Vondade de uma Hierarquia Espiritual à qual todos estão vinculados por laços internos, ao contrário do grupo cuja vinculação é com o líder e sua egrégora. No contexto grupal existe a liberdade de ser e de servir, permitindo que o discípulo dê os passos necessários para se tornar um iniciado. Nenhum ser alguma vez alcançou uma iniciação dentro de um grupo espiritual... Iniciações grupais não são dadas a grupos espirituais, mas a todos aqueles que se juntaram em função de um contexto grupal.
Por isso, antes que possamos aspirar a fazer parte de um desses contextos, temos primeiro que realizar a nossa alquimia interna, pois será a partir desta que teremos os instrumentos para irradiar o propósito dentro desse mesmo contexto. Apenas seres livres podem realizar tal tarefa. Todo aquele que estiver preso a uma estrutura grupal, serviço algum poderá realizar que seja verdadeiramente evolutivo.
Que terminemos a travessia do deserto interno para que possamos encontrar essa Fonte de Vida que nos aguarda do outro lado e então sim, poderemos nos tornar, finalmente, verdadeiros Servidores do Plano Evolutivo. Quando isso acontecer a Vida encarregar-se-á de nos conduzir ao contexto que nos corresponde e onde poderemos irradiar o propósito que nos está destinado. Ali ficaremos enquanto esse contexto existir e depois partiremos para o contexto seguinte sem apego algum por aquilo que foi realizado, pois o nosso único sustento vem dos Planos Internos.
Seremos então seres Livres e Plenos... expressões Vivas e actuantes do Amor Divino.
Paz Profunda
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EVE and ADAM
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No silêncio do ser, na expressão terna desse momento que tudo pacifica quando aprendemos a não resistir à Vida, mas através desta fluir com o tempo e com o espaço, deixando que seja Ela a viver em nós, tudo regressa à nota primordial da nossa encarnação, e não mais será necessário lutar, impor, procurar, pois ali, no momento presente onde nada falta, o Universo tudo fará para nos nutrir com a sua manifestação de Abundância, Harmonia e PAZ.
Tal como o arqueiro Zen que, no esticar do arco sem forçar os seus músculos, mantém essa tensão até que algo dispare a flecha sem que este se preocupe com o alvo nem com o tempo certo de soltar a corda, pois é a Vida que conduzirá essa seta aonde ela tiver que chegar e que determinará o momento exacto disso acontecer, também nós teremos que chegar um dia a esse momento de silenciar toda a nossa expressão, vivendo tudo sem tensão, sem um alvo e sem um tempo determinado por nós, e aí a Alma, liberta do ruído e da vontade do ego, se manifestará com toda a sua potência e nos consagrará a essa Vida que somos em essência e que aguarda da nossa parte a entrega e a rendição integral.
Quando o tiro do arco é disparado com o Coração, a realização da Vontade Maior plenificar-se-á naquele momento que ecoará pela eternidade, mesmo que a seta fique a meio caminho, pois nos gestos do arqueiro, na postura e no soltar da flecha em sintonia com a Vida, algo de profundamente curador acontecerá, tanto para o arqueiro quanto para quem o observa.
Saber reverenciar esse tiro, mesmo que o alvo não seja atingido, pois este na verdade é interno e não externo, é perceber que tudo se manifesta como realidade apenas dentro de nós, e é a partir dessa constatação que a nossa vida mudará radicalmente e passaremos a ser instrumentos do Plano Evolutivo como expressão do verdadeiro Serviço.
Temos apenas como realização do Serviço o Coração. Sem a abertura desse portal, o único que nos compete abrir, pois os outros são assunto da Hierarquia, nada poderemos realizar que seja a expressão real da Vida que pulsa dentro de nós e que aguarda da nossa parte um profundo e sentido SIM, para que se manifeste plenamente num mundo tão carente de Amor. Sem essa abertura, sem esse pulsar que vem do centro da nossa Alma, nada poderemos fazer que seja verdadeiramente real, mesmo que muito possamos construir dentro do mundo formal, pois essa realização não terá sido ungida e consagrada pela VIDA.
Respirar os aromas dessa Vida nesse fluir que tudo silencia, deixando que Esta nos conduza tal como folha solta na corrente de um rio, é largar a espada, despir a armadura, e nus de tudo o que é civilizacional dizer: “ Pai, seja feita a tua Vontade, pois nada se sustém para além desta”.
Tornar-nos-emos então seres em plena sintonia com o Pai, entregues nos braços da Mãe Divina e a Esta consagrados pelo Amor do Filho que pulsará através de cada átomo do nosso corpo. E então deixaremos de falar e de escrever sobre as coisas que conhecemos como se nestas estivesse alguma realidade que se sustente por si só, para passarmos a ser Um com Cristo na radiação do Amor Pleno, e com esse Amor qualificando esse falar e esse escrever com a realidade do Coração.
E só quem se encontrar dentro desta manifestação, é que se poderá dizer filho da Nova Terra que desperta.
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Quando estamos em profundo silêncio, podemos sentir o pulsar da vida fluindo através de nós. Sábias palavras. Parabéns.
A oração é um dos momentos de maior intimidade que um ser pode experimentar. É a respiração necessária para que, através da vontade, nos possamos ligar a Deus na espontaneidade de um coração que busca a sua Alma, para que através desta, de forma amplificada, esse diálogo com Deus possa acontecer. Diálogo esse que é sempre de coração a coração.
Na oração nós entramos nesse Templo Interno, o recinto sagrado da Alma e, ali, plenamente entregues, nos unificamos com a presença de Deus. Nada deveria interferir na intimidade desse momento, nem forcá-lo a acontecer sobre o ritmo de outras vontades que não a nossa.
Mas nem sempre é assim.
Na Grécia antiga, através da sua mitologia que retrata realidades atlantes, os deuses alimentavam-se da devoção dos Homens. Era da oração destes que eles retiravam o seu poder. Quando os Homens deixavam de orar e o poder desses deuses diminuia, eles abriam as portas do submundo e soltavam os titãs que vinham para superficie aterrorizar as populações que movidas pelo medo regressavam aos templos onde voltavam a orar a esses mesmos deuses. Com o novo poder que lhes era ofertado, derrotavam os titãs até uma nova oportunidade. Era um jogo viciado em que esses deuses, que nunca o foram, alimentavam-se da devoção humana, invadindo esse espaço sagrado dentro de cada um de nós através de rituais e formas de orar que nos eram impostas para servir os seus interesses.
Tal como no passado, nos tempos de hoje nada mudou. Essas mesmas entidades, com outros trajes e propósitos, continuam a escravizar a humanidade sob o jugo de fórmulas impostas, prometendo a redenção da humanidade em troca dessa mesma devoção. Para nos manterem presos às suas agrégoras, nutrem-nos com uma Paz psíquica, ilusória, que tal como uma droga entra no nosso sistema energético e mantem-nos viciados, entropecidos, presos numa bolha hipnótica que nos impede de sentir a verdadeira Paz que vem da Alma.
Chegou a hora de nos libertarmos desses “deuses” que alimentam a superstição e a idolatria. Chegou a hora de não permitirmos mais que esse espaço sagrado dentro de nós seja invadido por quem nada mais quer que o seu próprio alimento.
Orar é ligarmos-nos com Deus dentro do desse Templo Sagrado que é a própria Alma. Algo que tem que brotar de forma natural e espontânea, no nosso próprio ritmo, pois só de um Coração aberto pode nascer o verdadeiro Amor e nenhum Coração se abrirá sem que as fragrâncias da Alma se façam presentes dentro de nós. Orar é respeitar esse espaço e permitir que o Silêncio se instale para que a Voz de Deus se faça presente. Não existem ritmos nem formas correctas de orar, existe apenas a intenção de nos ligarmos a essa Fonte, e por isso mesmo a forma poderá ser qualquer uma: aquela com que nos sentirmos mais confortáveis. Eu posso estabelecer essa união sagrada com Deus com um Terço na mão, como posso consegui-lo com uma caminhada pelo campo, com a concentração numa tarefa diária, com o simples acto de me sentar em silêncio, sempre no ritmo interno da minha própria Alma e nunca pela vontade de forças externas a mim.
A redenção da Humanidade é uma parte desse jogo que os “deuses” sempre quiseram alimentar no fomentar da culpa e do medo, uma ilusão frabricada para levar as pessoas aos templos onde oram em seu nome. Apenas existe a redenção de cada ser individual, e isso acontece dentro desse Templo Sagrado que nos habita e que apenas aguarda que, de pés descalços, decidamos, de uma vez por todas, largar todas as bengalas, todos os alforges, para que de pés firmes e despidos possamos caminhar para o Centro desse Templo conduzidos pela única mão que nos pode guiar: a do Ser Divino que Somos, que nunca deixou de Ser aquilo que Sempre Foi.
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O amor incondicional é como o pólen lançado ao vento, sem destino, sem morada, livre nos caminhos deixados em trilhos onde este se deixa conduzir, permitindo que o fluir desse vento o encaminhe aonde é necessário. A planta de onde emanou nunca saberá o lugar do seu pouso, as consequências da sua acção, nem conhecerá as novas plantas por ele fertilizadas. De si, apenas se pede que se abra e se entregue, para que esse pólen possa expressar-se em liberdade, cumprindo a sua função.
Assim é o Amor Incondicional. Solta-se de nós pela vontade da nossa Alma, e segue os caminhos do seu destino sem que o possamos encaminhar. De nada serve ficarmos às voltas na tentativa de compreendê-lo, pois o Amor não reside na mente, nem esta tem como alcançá-lo, e tudo o que a mente possa dizer ou pensar sobre este, será sempre coisa nenhuma face à sua natureza ilimitada e transcendente.
Perceber o que esse Amor verdadeiramente significa é esquecê-lo, pois o pensamento prende-o e impede que este se solte, tal como o pólen que tudo fertiliza. Que não lhe coloquemos uma trela ou tentemos adivinhar ou predestinar a sua acção. Que possamos soltar e entregar o processo nas mãos da Vida, em simplicidade e aceitação plena, para que em pétalas abertas ao sol, esse pólen, que é Amor puro, possa ser levado pelos ventos do Espírito e conduzido para onde for necessário.
Não se aprende a Amar, desse amor que não tem limites. Não temos como compreendê-lo e se insistirmos em nos ocuparmos desse assunto como se este necessitasse da nossa atenção para existir, acabaremos por fechar o Coração, e de uma planta fechada pólen algum poderá brotar.
O Amor Incondicional é esse leve sopro deixado pela Alma que não tem significado nos conceitos da mente, por isso as suas análises são irrelevantes. Não tem, também, corpo teórico ou analítico, e por isso todas as conversas, estudos, cursos, terapias ou outras coisas que tais, feitas para permitir que este se manifeste, são inconsequentes. Esse Amor é livre, usa-nos como um portal de passagem para seguir o seu caminho e continuar a fertilizar os corações dos Homens.
Gostariam de poder manifestar o Amor Incondicional?
Pois então, esqueçam-no na vossa mente, para o poderem viver no vosso coração, pois será desse esquecimento que a flor se abrirá ao sol sem medo de perder o seu tesouro.
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Quantas não foram as vezes que dissemos para nós mesmos que somos seres despertos, seres que deixaram a ignorância de uma vida virada para as coisas materiais e passaram a se interessar por temáticas espirituais, sem nos apercebermos que o verdadeiro despertar não vem do interesse que possamos ter neste tipo de assuntos, nem nas práticas ou técnicas que possamos praticar, mas sim no sentir do pulsar da Vida em tudo aquilo que nos cerca. Poderemos saber tudo de espiritualidade, praticar todas as técnicas existentes e sermos alguém tão adormecido quanto aqueles que se ocupam apenas de coisas materiais.
Sentir e perceber essa Vida que pulsa em tudo, e com essa percepção, podermos dizer, finalmente, que somos seres despertos, significa colocar toda a nossa atenção no momento presente e em tudo aquilo que ali acontece, sem deixar que a mente se disperse nas memórias daquilo que foi ou nas projecções daquilo que o nosso desejo pretende que seja. Trazer toda a nossa atenção para aquele instante, tornando-nos verdadeiramente conscientes, é o único caminho para o Despertar Espiritual. Não existe outro. É ali que nós percebemos pela primeira vez o que é estar num espaço tridimensional, pois até então, enquanto adormecidos, nos relacionávamos com esse espaço como se este fosse bidimensional.
Quando nós olhamos para uma paisagem num quadro, por exemplo, de imediato nos apercebemos da tridimensionalidade dos elementos apresentados através da perspectiva que o pintor usou ao elaborar a sua obra. Temos uma noção clara dos elementos que estão mais próximos e dos que estão mais afastados, contudo, essa noção de tridimensionalidade é uma ilusão criada pela nossa mente, pois num quadro, não existindo espaço entre os objectos e, por isso mesmo, estando todos num mesmo plano, nada é tridimensional.
O mesmo acontece quando observamos o mundo que nos cerca. Ao nos colocarmos diante de uma paisagem, por exemplo, a nossa mente, tal como quando estamos diante de um quadro, cria em nós a noção de tridimensionalidade através da perspectiva dos elementos dentro do espaço que está diante de nós. Uma vez mais estamos condicionados por uma reacção mental sem que possamos penetrar verdadeiramente naquilo que estamos a observar. Assim sendo, tudo em torno de nós, tal como num quadro, se apresenta como sendo bidimensional, pois aqueles elementos observados ficam como se estivessem todos num mesmo plano.
Para sair deste vício e começarmos a perceber verdadeiramente o espaço tridimensional que nos envolve, temos que trazer toda a nossa consciência para o momento presente e colocar de forma integral a nossa atenção naquilo que estamos a observar. É exactamente aqui que deixamos o estado de observação e penetramos no estado de contemplação.
Na contemplação nós percebemos o espaço tridimensional não mais através da mente e, por isso, a noção de perspectiva é irrelevante. Nós percebemos que esse espaço é tridimensional porque pela primeira vez tomámos consciência do vazio que separa cada elemento observado. Os objectos, por sua vez, que na observação têm apenas realidade para nós na face que está exposta para os nossos olhos, na contemplação passam a ter uma realidade completa e integral. Nós percebemos esse objecto na sua totalidade, tanto a parte visível como aquela que se oculta do outro lado. Ele é um todo que se relaciona com os outros através da respiração deixada pelo espaço vazio que está entre cada elemento, espaço esse que está totalmente presente na nossa consciência pela atenção integral que colocamos naquilo que observamos.
Estar inteiro no momento presente com a atenção totalmente focada no objecto, o que significa desactivar a mente de toda ou qualquer expressão, é penetrar no domínio da contemplação que, na verdade, é a única invocação verdadeira para que o nosso Ser Interno se possa expressar. É pela contemplação que Ele acontece no mundo através de nós.
Que não julguemos, no entanto, que contemplar é fugir da realidade do mundo, bem pelo contrário. Contemplar é dar realidade ao mundo, pois trazemos para a nossa consciência a Vida que pulsa em cada átomo que nos envolve, fundindo-nos com tudo. E isto que parece algo tão distante de nós, está, na verdade, ao alcance de todos e esta é a grande ironia que a Vida nos deixa, mostrando-nos como tudo pode ser tão simples.
Geralmente buscamos o Ser Interno das mais variadas formas, através dos mais variados métodos. Desejamos que um dia este possa expressar-se livremente através de nós e, motivados por esse desejo, empreendemos uma longa viagem pelos mais variados caminhos da expressão espiritual e suas múltiplas técnicas, contudo, a solução para que isso aconteça não está em nenhuma dessas coisas, mas sim AQUI. Está nesse vazio que tudo unifica, aqui mesmo, diante dos nossos olhos. E embora a solução seja simples, continuamos a não a ver, buscando os caminhos mais longos, mais complexos, mais elaborados. O segredo está exactamente em trazer a nossa consciência, através da atenção plena, para tudo aquilo que observamos, e aí, através dessa invocação, podermos abrir um conduto para que o nosso Ser Interno possa finalmente permear a substância dos nossos corpos e activar esse Fogo no centro do peito como núcleo irradiador do verdadeiro Amor.
Um dia, a contemplação não será mais um acto esporádico, mas permanente. Tudo o que vemos, fazemos, será feito com a consciência totalmente presente, através da atenção, no único momento que realmente existe que é o AGORA. E aí, o nosso Ser Interno poderá estar sempre connosco. Mas enquanto isso não acontece, enquanto esse estado contemplativo não for, para nós, como é o acto de respirar, algo natural, espontâneo, sem que nos tenhamos de ocupar com isso, podemos usá-lo como um exercício de invocação do Ser Interno, para que, aos poucos, possamos começar a sentir a Vida que está em Tudo.
E o exercício que proponho - um exercício simples que poderá, sem grandes métodos ou técnicas, ajudar a trazer para a nossa consciência tridimensional, mesmo que apenas por alguns instantes, aquilo que somos internamente -, consiste em nos deslocarmos até um lugar que nos seja agradável, embora a contemplação seja para ser vivida na integralidade da nossa vida, e por isso, em tudo aquilo que fazemos e em todos os lugares por onde passamos. Estando nesse lugar, que percebamos como nos temos relacionado com o mundo como se este fosse bidimensional, pois não tendo percebido esse espaço entre as coisas, é como se tudo estivesse num mesmo plano, sem respiração.
Tendo essa noção, comecemos por silenciar a nossa mente, trazendo-a para o momento presente, onde esta deverá ficar quieta, sem interpretar nada daquilo que iremos viver em seguida. Coloquemos então toda a nossa atenção, toda, naquilo que estamos a observar. Percebam tudo o que ali está: a textura, a espessura, a cor, o movimento e, ao mesmo tempo, não percam nunca a noção do espaço circundante. Façam como os mestres de artes marciais que, focando um adversário, conseguem ao mesmo tempo estar conscientes de todo o espaço circundante e assim não perdem de vista os restantes adversários, mesmo não os olhando directamente. Percebam o todo e, ao mesmo tempo, fundam-se com cada parte. Podem ficar parados num mesmo lugar enquanto observam tudo em torno de vocês, ou podem caminhar por esse espaço.
Se a vossa mente estiver silenciosa e não tentar conduzir o processo, e se nada for analisado a respeito do mesmo, vocês começarão a penetrar na Vida que ali está a pulsar, percebendo o espaço vazio entre os objectos. É aqui que saímos da observação para a contemplação. É como se estivéssemos diante de um quadro, que é bidimensional, e de repente, num instante, este se transformasse num holograma saindo para além dos limites da moldura.
Poderá ser que por algum tempo não consigam penetrar nessa Vida que pulsa em cada átomo, e assim entrar no estado de contemplação. É como nos estereogramas. Quantas horas não ficámos nós diante daquela folha de papel onde só existia ruído, mesmo que nos dissessem que ali estava uma imagem, sem que nada acontecesse. E de repente, num único instante, para nosso espanto, os nossos olhos fizeram aquele movimento necessário e como que por magia a imagem surgiu do meio desse ruído. É um pouco assim.
Fiquem diante dessa paisagem. Por alguns momentos, a vossa mente não vos dará tréguas, tentando fugir ou para o futuro ou para o passado. Mas tragam-na sempre para o momento presente e impeçam que esta se pronuncie sobre o que está a acontecer. Quando menos esperarem, tal como nos estereogramas, a imagem sairá do meio do “ruído” e vocês entrarão em contemplação. Quando isso acontecer, o vosso Ser Interno imediatamente se fará presente. Sentirão uma paz e uma leveza permearem cada átomo do vosso corpo e no centro do vosso peito um Fogo se fará presente. Esse Fogo é Amor Puro, irradiando para tudo e para todos.
E é exactamente aqui que o verdadeiro despertar acontece.
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ERDENI MORI
Lendas Mongóis e Tibetanas relatam que em tempos antigos, de uma estrela distante, uma pedra maravilhosa - Chintamani no oriente, Santo Graal no ocidente - enviada para ajudar as pessoas,... View More
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